quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Sabe o que deveria ser ensinado na escola...?



Não desvalorizar o sentimento alheio, não julgar a dor do outro, não agredir. Deveria ser ensinado que se pode discutir sem brigar, ter opiniões diferentes sem haver agressão.
Deveria ser ensinado a gentileza, dizer "por favor", "obrigado", "sinto muito". A sorrir. E a não julgar quando alguém não sorri, mas compreender que o outro pode estar sofrendo a ponto de dizer um "bom dia" ser um gasto de uma energia emocional que a pessoa não tem no momento. A não julgar o outro pela quantidade de dinheiro que tem, pela profissão, pela cor, pelo sexo, pelos sonhos, pelo que é, pelo que sente.

Com todo respeito aos professores de português, matemática (que aliás, eu - como professora - respeito e admiro), mas de que adianta sabermos falar português corretamente e fazer contas se não sabemos conviver com nós mesmos e com os outros? Se vivemos infelizes numa bolha, por trás de máscaras, sendo oprimidos ou reprimidos pelo que somos? Sem nos dar conta da nossa força interior?
Oprimindo o outro, julgando, culpando...
É bem clichê falar de "máscaras", mas no fundo todos sabemos que isso existe. A máscara da simpatia, pra ninguém saber o que sofro não sendo eu mesma; a máscara de durão, pra ninguém saber o quanto me sinto fraco e pequeno.

Existem máquinas que fazem contas por nós, corretor ortográfico automático, softwares, aplicativos, máquinas de última geração, que nos permitem escrever corretamente, realizar complexas contas matemáticas, traduzir idiomas, nos comunicar com pessoas, verificar atividades cerebrais relacionados a determinados movimentos, pensamentos, sentimentos.
Mas ainda não temos máquinas que nos fazem SER melhores.

Nas aulas de português, deveria ser ensinado a usar as palavras "obrigado", "sinto muito", "por favor"; nas aulas de matemática, que quantidade não é igual qualidade, que 1000 likes não trazem felicidade, que 10 é mais que 1 - que união de 10 é mais forte que 1 sozinho; nas aulas de ciências, que em situação de stress, raiva, ameaças, o corpo libera determinados hormônios que aciona reações instintivas e impulsivas, que dificulta a mente a pensar com clareza, que embaralha as emoções e nos torna mais propensos a ficar irracionais, gerar brigas e até matar alguém.
Olhar as estrelas e ver que você não é o umbigo do mundo; perceber que existem vários meios de comunicação e de se expressar - palavras, sons, movimentos, cores; que as pessoas são tão diferentes - no jeito, caráter, gosto, preferências - e tão iguais ao mesmo tempo - sofrem, choram, riem, se cansam, defecam, precisam de respeito.

Não estou dispensando a importância das diversas áreas que, num mundo ideal, seria ótimo se nos interessássemos por todas elas. Mas quando somos jogados no mundo real, o que nos salva é nosso equilíbrio emocional, nossa habilidade e sabedoria de lidar com nós mesmos e com os outros, com o mundo em que estamos... com nossos impulsos, instintos, sentimentos, sensações, percepções, com nossas escolhas, nossos erros, nosso orgulho, nossos fracassos e decepções.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Você merece?

Depois de levar uma bronca por ter aprontado umas poucas e boas, minha sobrinha pediu a mãe uma docinho...
A mãe disse "ah, e você por acaso tá merecendo?"
Ela, com a cara mais limpa do mundo disse "sim!"
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Afinal, por que não mereceria? Por que uma coisa impediria a outra?

Comecei a pensar sobre merecimento.
Quando merecemos ou não?

As crianças não tem bloqueios de culpa...
As vezes pensamos que não merecemos alguma coisa por ter feito algo ruim.
Será que um "erro" anula tudo?
Se nos permitirmos merecer, mereceremos.

Como qualquer pessoa, eu mereço/ tenho o direito de
me aceitar,
me perdoar,
ser feliz.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Um é pouco?

"Mas professora, de que adianta eu querer fazer o bem sozinho? Se tem 5 pessoas fazendo o bem, tem 5 mil fazendo o mal!
E muitas coisas a gente faz e, enquanto isso, tem pessoas que abusam do poder, a polícia trata negro como se fosse bandido, espanca, pessoas são presas inocentemente... Pessoas que tem poder acima da gente..."
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(Apesar de já ter pensado sobre isso, fiquei sem saber o que responder...)
Disse: 
- Waldemir, infelizmente tem muita coisa que não temos o controle... pessoas abusam do poder sim Emoticon frown
Mas isso não impede que a gente faça o bem, em pequenas coisas...
E imagine que cada um de nós nessa sala mora em lugares distantes (fui dando um país pra cada um.. "Eu quero morar na França!", "Eu na Angola"...) ... e cada um pensa "ah, não vou fazer nada porque estou sozinho". 
Mas veja bem, você não está sozinho.
Alguém no mundo também quer o bem.
.
- Hmm.. verdade, professora. Mas o problema também é que cada um pensa de uma maneira, cada um quer uma coisa.
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(Fiquei sem saber o que responder, mais uma vez...
Afinal, cada um tem sua verdade...)
- Realmente, é uma questão difícil. Afinal, cada um acredita em alguma coisa diferente, cada um tem a sua verdade. Não temos uma verdade absoluta, mas se lá no fundo de você mesmo você acha que aquilo é certo, leve adiante. Pensando sempre que não está prejudicando ninguém.
.
E você pode não resolver os problemas do mundo, mas um pouquinho que você faz, já é alguma coisa.
Por exemplo: você acha que ajudar uma pessoa é pouco ou é muito? É uma vida significante ou insignificante? 
Acha que é insignificante?
- Não..
- Então. Ajudar uma pessoa já é coisa pra caramba Emoticon smile 
- E sobre você achar que uma pessoa só é pouco, que você está sozinho, que tem pouca gente fazendo o bem, é porque a TV não divulga. Mas que você sozinho é pouco, tem um menino que, pequenino, com 6 anos, resolveu que ia levar água pro pessoal na África.
- Sério?
- Pois é. 


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E nesse dia, esse aluno me ensinou mais do que eu poderia ter para ensinar...
Me fez lembrar que eu posso ter esperanças, que não precisamos resolver os problemas do mundo: que podemos ajudar perto da gente.
E na verdade, me fez falar pra ele o que eu precisava falar para mim mesmo - mais uma vez.
Sem desculpas! Sem desculpa de que somos pouco, que somos pequenos, que somos poucos.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Verdade absoluta

Nada do que digo é verdade absoluta.
Aliás, nada do que digo é verdade.
Mas também não é mentira.
É fato de que são fatos. Fatos que se passam na minha mente.
E muito do que já pensei, não penso mais.
E fica o registro: assim eu vejo o que penso, o que não penso mais e o que eu posso voltar a pensar.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Palavras


As palavras são uma bela invenção.
Mesmo não conseguindo traduzir toda a amplitude dos sentimentos que temos e de tudo que somos, as palavras tentam falar de nós e nos aproximam uns aos outros... assim como a música, a arte, o abraço.

Por que censura?

Eu censurava o que "eu própria" escrevia e que apenas eu mesma lia.
E por que "censurar-me a mim mesma?"
E por que, também, censurar-me aos outros?

De mim

O melhor de mim talvez nunca vejam.
O pior de mim, talvez também não.

Por onde passei, deixei rastros.
Os que passaram por mim, deixaram rastros em mim.
E hoje sou um pouco de mim e um pouco de cada um, de todos.
Um pouco de mim e um pouco do mundo.

Um pouco de nada e um pouco de tudo.

Faz parte de mim todos os encontros e desencontros, os olhares e sorrisos trocados...
Faz parte tudo que ouvi, que vi, dancei, toquei, cantei... (*tudo que comi - hahahahahah)


Faz parte do que sou tudo e todos.
E eu faço parte do mundo. E o mundo, de mim.